A desigualdade entre os sexos constitui um obstáculo na luta contra a pobreza na África Ocidental, apesar dos numerosos esforços para uma melhor integração do género nos programas de desenvolvimento. Nas zonas rurais, por exemplo, o peso da tradição e o acesso limitado das mulheres aos recursos materiais, financeiros e conhecimentos as tornam particularmente vulneráveis aos choques alimentares e nutricionais, comprometendo assim a sua capacidade em desenvolver iniciativas para debelar à pobreza.

Resposta e liderança da Cedeao

Para inverter esta tendência e promover a autonomização das mulheres, a CEDEAO, com o apoio dos seus parceiros técnicos e financeiros, nomeadamente através de uma subvenção de cinco (5) milhões de euros da Cooperação Espanhola, tem, ao longo dos últimos seis anos, privilegiado um lugar de destaque às mulheres, crianças e jovens na implementação do seu programa de apoio às redes nacionais de segurança social.

Lições aprendidas

A capitalização dos ganhos dos 19 projetos-piloto de terreno do programa regional de apoio às redes nacionais de segurança social na África Ocidental, cofinanciados pela Cooperação Espanhola, pela CEDEAO e pelos promotores de projetos, e implementados nos 15 Estados-Membros, demonstra que a participação das mulheres nos programas de redes sociais produtivos permite alargar as fontes de rendimento e contribuir para o desenvolvimento das famílias. Isto é conseguido através de vários instrumentos, incluindo a distribuição de insumos agrícolas aos produtores homens e mulheres, o apoio e o reforço técnico dos produtores homens e mulheres e a conceção e adaptação das redes sociais às realidades pastoris das zonas frágeis do Sahel, por exemplo, através da distribuição de kits para animais.

As ações de terreno permitiram destacar dois fatos principais.

• Primeiro: as transferências sociais dirigidas às mulheres com medidas de acompanhamento reforçam a sua capacidade produtiva e o seu sentido de contribuir para as necessidades das suas famílias e para o desenvolvimento das suas comunidades.
• Segundo: o acesso das mulheres ao capital físico e financeiro, por mais modesto que seja, pode fortalecer os seus meios de subsistência e reforçar as suas atividades geradoras de rendimento.

Perspetivas

Está claro que a tomada em consideração do género na seleção dos grupos vulneráveis torna possível responder de forma eficaz aos problemas alimentares e nutricionais dos agregados familiares. Pelo facto a CEDEAO continuará a apoiar as atividades geradoras de rendimento das mulheres e a reforçar o seu papel na segurança alimentar e nutricional. Isto será materializado através de três ações chaves. O primeiro pretende, entre outros, dar mais apoio e orientação às mulheres, particularmente através de atividades de formação. A segunda ação centrar-se-á no desenvolvimento de “know-how” do saber – fazer ou em inovações simples adaptadas às atividades geradoras de rendimento. A terceira ação promoverá a sensibilização dos homens e dos líderes comunitários para a necessidade de facilitar o trabalho de desenvolvimento em equipas e com mulheres.

Neste contexto, a Cooperação Espanhola continua aberta a continuar a sua colaboração com o Cedeao no apoio às famílias mais vulneráveis da África Ocidental. Os outros parceiros técnicos e financeiros são também chamados a intervir.

Como lembrete e para fins informativos, aqui está o link para o vídeo sobre o Reforçar os meios de subsistência e melhorar a integração da dimensão género nos programas sociais: https://drive.google.com/drive/folders/1kfHNgOApwkWbawXbRfk-EcPav14WQXTc.