Desde a adoção em 2019 da estratégia regional sobre a empregabilidade jovem no sector agro-silvo-pastoril e haliêutico, a CEDEAO e os seus parceiros têm vindo a intensificar os esforços para a sua operacionalização. Até à data, estes esforços concentraram-se na formação e no reforço das capacidades dos jovens, na aquisição de inovações tecnológicas geradas pelos centros nacionais de investigação agronómica e de formação profissional em agricultura ecológica e biológica. Estas ações complementam as iniciativas de promoção da produção do leite local.

Em 2023, a Comissão da CEDEAO financiou, com os seus próprios fundos, vinte e cinco (25) Centros, no espaço comunitário, dos quais nove (09) especializados em investigação e inovação agrícola, seis (06) em investigação agronómica e dez (10) em formação profissional em agroecologia e agricultura biológica. Com uma subvenção de 1.033.991 dólares, estes centros deveriam formar em 2023, cerca de 3.142 jovens (homens e mulheres), nos domínios prioritários acima mencionados. A duplicação da subvenção, em 2024 (2.434.301 USD) demonstra o compromisso da CEDEAO em promover o emprego jovem no sector e sobretudo o reforço das capacidades para o autoemprego.

Um seminário de partilha de experiências, organizado em outubro de 2024 em Abuja, na Nigéria, permitiu avaliar os progressos realizados. Os relatórios de treze (13) centros de formação que conseguiram implementar os seus planos de ação mostram que foram formados 2 152 jovens dos 3142 previstos, o que representa 68,49% do objetivo para 2023/2024, com 60% de homens e 40% de mulheres.

Para 2025, a CEDEAO tenciona prosseguir a iniciativa através de subvenções a instituições regionais como o CORAF, o Centro regional de Songhai e o Secretariado da Agricultura Biológica Ecológica da África Ocidental (EOA), que faz parte da Rede de Agricultura Orgânica da Nigéria (NOAN). Uma subvenção de 1.746.472 USD permitirá formar cerca de 3.450 jovens em 2025 nos diferentes domínios da produção e da transformação dos produtos das cadeias de valor agrícolas.

De igual modo, outras iniciativas para promover o emprego jovem estão a ser realizadas através de dois grandes projetos regionais com o apoio de parceiros técnicos e financeiros a saber: o Programa de apoio às organizações profissionais de agricultores que visa a promoção do acesso dos jovens (homens e mulheres) a empregos dignos e bem remunerados nas cadeias de valor da produção do leite local, com o apoio financeiro da Cooperação Suíça; e o Programa de Agroecologia, cofinanciado pela Agência Francesa de Desenvolvimento e pela União Europeia, destinado a promover a agricultura sustentável, em particular a agroecologia.

Como afirmou o Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Dr. Akinwumi Adesina, em 2017, «se resolvermos o problema do desemprego jovem, a África ganhará 10 a 20% de crescimento anual. Isto significa que o PIB de África aumentará 500 mil milhões de dólares por ano nos próximos 30 anos. O rendimento per capita aumentará 55% por ano até 2050». Investir no emprego jovem no sector agrícola continua, pois, a ser um imperativo para garantir a segurança alimentar e uma alavanca para a paz e a prosperidade de todos até 2050.