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Alterações climáticas

Mobilizar os recursos para a transição agroecológica na África Ocidental

transição agroecológica na África Ocidental

Num mundo em mudança, marcado nomeadamente pelas alterações climáticas, pela crise energética e pela perda de biodiversidade, o modelo atual de desenvolvimento económico, pouco respeitador dos recursos naturais, é cada vez mais posto em causa. O quadro de orientação estratégica ECOWAP 2025, adotado em 2016, preconiza a necessidade de mudar o paradigma do desenvolvimento agrícola.

A transição agroecológica (TAE) está a emergir como uma solução sustentável face aos desafios agrícolas que a África Ocidental enfrenta. Para concretizar esta visão, é fundamental mobilizar recursos financeiros adequados. Uma lição importante é a necessidade de assegurar um financiamento a longo prazo para apoiar de forma sustentável a TAE. Estes recursos devem garantir um apoio técnico e financeiro permanente, dando aos projetos agroecológicos as melhores hipóteses de sucesso. Para o efeito, é essencial a diversificação das fontes de financiamento.

Neste contexto, a CEDEAO tem vindo a implementar, desde 2018, o Programa de Agroecologia da África Ocidental (PAE), com um custo total de 16,2 milhões de euros. Com efeito, no âmbito do reforço das realizações deste programa, outro projeto, DéSIRA+, com um custo total de 20 milhões de euros também financiado pela UE e pela AFD, será lançado muito em breve para apoiar atividades de inovação agroecológica em maior escala. Por último, um estudo encomendado pela CEDEAO no âmbito do Programa de Agroecologia permitiu identificar fontes de financiamento privados e públicos para a transição agroecológica, que serão acrescentadas ao Fundo Regional Agrícola e Alimentar (FRAA) da CEDEAO.

A mobilização de recursos junto destas fontes de financiamento será a próxima tarefa da Comissão da CEDEAO para aumentar o financiamento da transição agroecológica na África Ocidental. Os fundos internacionais para o clima também representam uma grande oportunidade para financiar a TAE em grande escala. No entanto, para que o impacto destes recursos seja maximizado, é necessário ultrapassar os desafios ligados à coordenação dos atores nos vários níveis de intervenção.