img

Alterações climáticas

Melhorar a vigilância epidemiológica das doenças prioritárias dos animais

As doenças dos animais são de natureza transfronteiriça devido à circulação dos animais entre os Estados Membros limítrofes, o que leva à sua propagação para áreas anteriormente livres, tornando-as endémicas e difíceis de controlar e erradicar.

A vigilância destas doenças envolve a recolha, compilação e análise de dados de uma forma sistemática e sistémica, bem assim a divulgação atempada de informações para uma ação apropriada. Fornece provas da ausência de doença, da presença ou propagação de doenças, ou da deteção de doenças emergentes ou reemergentes.

A melhoria da vigilância de doenças requer uma avaliação que identifique lacunas e limitações no funcionamento eficaz das redes de vigilância. Estas limitações estão principalmente relacionadas com a indisponibilidade de recursos, tanto humanos como financeiros.

Por conseguinte, nos últimos anos, foram propostas novas abordagens para otimizar a vigilância da saúde humana e animal. Estas abordagens incluem, entre outras, o envolvimento dos atores de terreno no sistema de vigilância, tais como os criadores de gado e as suas comunidades, bem assim os agentes comunitários da saúde animal. No entanto, esta abordagem requer uma boa sensibilização e o reforço das capacidades dos atores no reconhecimento dos sintomas das doenças visadas.

Para garantir a eficácia dos sistemas de vigilância nos Estados membros, o CRSA, em colaboração com a FAO-ECTAD, comprometeu-se a reforçar as capacidades dos epidemiologistas veterinários das redes RESEPI com o fito de apoiar os serviços veterinários dos Estados membros no domínio da análise qualitativa dos riscos e mapeamento. A utilização desta ferramenta exige a disponibilidade de dados epidemiológicos fiáveis sobre doenças animais transfronteiriças e a mobilidade dos animais.

Assim, a CRSA apoia as redes regionais de vigilância epidemiológica veterinária (RESEPI) e de laboratórios (RESOLAB) na recolha, confirmação, análise e divulgação de informações epidemiológicas. Por conseguinte, a 8ª reunião da Rede Regional de Saúde Animal (RAHN) realizada na Praia, Cabo Verde, em setembro de 2022, recomendou a harmonização regional das ferramentas de recolha de dados e o funcionamento de um sistema regional de informação sobre a Saúde Animal (SRISA), processo em que a CRSA já está envolvida.

A CRSA encoraja igualmente o reforço de capacidade dos epidemiologistas veterinários para os dotar de competências necessárias para realização de inquéritos sobre as doenças e as considerar convenientemente a nível do terreno.