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Alterações climáticas

Lutar contra a mosca da fruta, um passo gigantesco na promoção do setor hortícola

Com a experiência deste projeto piloto, a CEDEAO acumulou ganhos importantes que lhe permite inscrever-se numa perspetiva de gestão global da proteção vegetal contra as pragas.

A fim de combater este flagelo que é a mosca de fruta que pode destruir de 50 a 80% da produção frutícola, a CEDEAO e os seus Estados-Membros, com o apoio financeiro da União Europeia e da Agência Francesa de Desenvolvimento, implementaram a partir de 2015um plano de resposta através do Projeto de Apoio ao Plano Regional de Luta contra a Mosca de Frutas.

Após quatro anos de trabalho árduo, todas as partes interessadas do projeto reuniram-se em Dakar, em julho passado, no quadro do atelier de encerramento, de capitalização e de partilha dos ganhos do projeto.

As discussões demonstraram que a execução deste projeto teve impacto positivo na fileira da manga nos países beneficiários, em especial (i) na criação de um sistema de vigilância operacional nas 32 bacias de produção de mangas dos países beneficiários que permite monitorar as infestações por mosca da fruta e a emissão de alertas precoces, ii) no reforço das capacidades de 8517 produtores e técnicos em técnicas de luta integrada e o fornecimento aos produtores de produtos homologados de luta contra a mosca de frutas, (iii) no reforço das capacidades técnicas de 1438 representantes das organizações profissionais dos inspetores fitossanitários e dota-los de materiais adequados de inspeção e/ou de laboratório, e (iv) na criação, por decreto ministerial ou interministerial, de 11 comités nacionais compostos por representantes dos sectores público e privado com mandato nacional. As atividades de investigação aplicada tornaram possível identificar novos métodos de luta baseados em produtos locais, eficazes, amigos do ambiente e menos dispendiosos para os produtores.

Estes ganhos contribuíram para impactar positivamente e significativamente a fileira da manga dos países beneficiários do projeto, nomeadamente através (i) de uma redução de 57% nas interceções de mangas nas fronteiras da Europa e (ii) de um aumento de 40% nas exportações de manga no espaço CEDEAO para a Europa.

A CEDEAO trabalha com os seus parceiros na mobilização de recursos adicionais para consolidar esses ganhos, que continuam ainda frágeis com um maior envolvimento do setor privado.

Para o efeito, a AFD e a União Europeia decidiram apoiar a CEDEAO na definição de uma segunda fase a fim de reforçar e alargar o sistema de vigilância implementado e de acompanhar a vulgarização e a apropriação, pelos pequenos produtores, das inovações resultantes da pesquisa aplicada.