O objetivo pretendido através destas infra-estruturas é de promover a cooperação transfronteiriça, contribuindo para o reforço da convivência e coesão social entre comunidades transfronteiriças.

No âmbito da implementação do Programa de Desenvolvimento Sócio-Económico para as Zonas Fronteiriças sem oncocercose ao longo da fronteira das regiões do Centro Sul, Centro-Leste do Burkina Faso e Alto Este do Gana, a Comissão da CEDEAO procedeu a 15 de Novembro de 2020, na aldeia de Feo no Gana, à entrega de infra-estruturas hidro-agrícolas às comunidades transfronteiriças (furos, água potável, jardinagem de mercado, etc.).

Em cada uma das 8 aldeias beneficiadas no Burkina Faso (Barré, Bingo, Kolinia, Narguia) e no Gana (Feo, Mayoro, Namoo, Widnaba) é feito 1 furo com um caudal mínimo de 4 m3/h. Cada poço está equipado com uma bomba submersível alimentada por energia solar (1.500 W) e ligado a 2 depósitos de armazenamento de água (2 politanques de 10 m3 cada). Além de fornecer água potável à população, foram instalados 0,5 ha de perímetros de horticultura em cada local, delimitados por uma vedação de arame e reforçados por uma sebe viva. Os beneficiários das parcelas de terreno são principalmente populações vulneráveis afetadas pela oncocercose, particularmente as mulheres e os deficientes visuais.

Para além do compromisso das populações beneficiadas preservar as obras, os governos do Burkina Faso e do Gana reiteram a sua vontade de continuar a apoiar as ações da CEDEAO, tanto a nível nacional como regional. Além disso, o sector privado de insumos agrícolas (nomeadamente AMG Gana, Syngenta e OCP Marrocos) promete fornecer às 8 aldeias beneficiadas uma doação de 100 sacos de insumos agrícolas (fertilizantes, pesticidas, sementes) para a próxima estação produtiva.

Para a CEDEAO, as experiências e lições aprendidas com esta iniciativa piloto poderiam contribuir para a promoção da integração regional entre povos transfronteiriços que vivem juntos em forte coesão através da partilha de recursos, independentemente das fronteiras. A capitalização destes investimentos servirá para apoiar a expansão através de um ou mais projetos de grande porte, focalizados na redução das dificuldades de acesso à água potável, que é sobretudo da responsabilidade das mulheres e crianças das aldeias, e o desenvolvimento de atividades económicas geradoras de rendimentos.