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Controlar e erradicar a Peste dos Pequenos Ruminantes: CEDEAO assume a vanguarda na África Ocidental

A campanha progressiva de vacinação em massa contra PPR, sob a liderança da Comissão da Cedeao, a termo, pretende cobrir todos os 15 estados membros no quadro do controlo e erradicação da Peste dos Pequenos Ruminantes e outras doenças animais prioritárias.

A Peste dos Pequenos Ruminantes (PPR) é uma doença viral contagiosa. Ameaça 80% do efetivo pecuário de ovinos e caprinos a nível mundial, mata até 90% dos animais que infecta, e ocorre em mais de 70 países em todo o mundo. A sua ocorrência na África Ocidental constitui uma emergência sanitária devido à sua rápida propagação, às perdas económicas significativas que provoca, e ao seu impacto direto na segurança alimentar e nutricional, especialmente para as mulheres e outros grupos vulneráveis.

Perante este flagelo, a Comissão da Cedeao, através do seu Centro Regional de Saúde Animal (CRSA), pôs em marcha uma estratégia regional para controlar e erradicar a doença. Com o apoio financeiro da Cooperação Suíça, organizou uma primeira campanha coordenada de vacinação em massa contra a PPR em dezembro de 2019 na Guiné, Libéria e Serra Leoa. Esta campanha atingiu mais de 1.600.000 pequenos ruminantes. A campanha de vacinação de 2022, que teve lugar a 10 de junho de 2022 em Aboisso, Côte d’Ivoire, representa a segunda fase do processo com quase 5 milhões de doses de vacinas e estende-se a outros cinco países : Côte d’Ivoire, Gâmbia, Gana, Guiné Bissau e Senegal. A Cedeao também está promovendo a partilha de conhecimentos e experiências com as partes na prevenção e gestão de doenças animais transfronteiriças e zoonoses.

As múltiplas ações empreendidas pela Comissão da Cedeao e seus parceiros, nomeadamente a Cooperação Suíça, permitiram destacar que (i) uma vacina eficaz e barata está disponível na região e que (ii) a inoculação de apenas uma dose de vacina poderá proporcionar uma imunidade a longo prazo.

O objetivo global de controlar e erradicar a PPR até 2030 é, portanto, realizável na África Ocidental, dado que pode ser diagnosticada de forma eficaz e vacinas fiáveis a preços acessíveis e de alta qualidade são produzidas na região. A resposta será prosseguida através de abordagens regionais de controlo e erradicação da doença envolvendo a consolidação dos ganhos, campanhas coordenadas de vacinação em massa, vigilância epidemiológica ativa, reforço da prestação de serviços veterinários, desenvolvimento de capacidades dos serviços humanos e veterinários, bem como o acompanhamento e controlo rigoroso das ações.