A PPR na África Ocidental é uma emergência de saúde animal devido à sua rápida propagação. Mata até 90% dos animais que infecta e causa grandes perdas económicas. Na sequência dos esforços já empreendidos tanto a nível nacional como regional, o Comité Veterinário Regional da CEDEAO, com a facilitação do Centro Regional de Saúde Animal (RAHC), continua a refletir sobre as melhores abordagens para acelerar o controlo e a erradicação deste flagelo na região até 2030.

A 4ª reunião do Comité Veterinário da CEDEAO, que se realizou em Lomé, Togo, de 18 a 19 de abril de 2024, constituiu uma oportunidade para os serviços veterinários dos Estados membros da CEDEAO, incluindo a Mauritânia e o Chade, discutirem os progressos alcançados e as dificuldades encontradas, e formularem recomendações para combater a peste dos pequenos ruminantes nos seus respectivos países e na região como um todo.

Os principais desafios identificados incluem a fraca divulgação dos textos veterinários da CEDEAO, a falta de recursos humanos veterinários nos Estados membros, particularmente na Libéria, Serra Leoa e Cabo Verde, e o fraco financiamento do sector, a fragilidade do sistema de regulamentação nos países, a certificação das vacinas pelo Centro Pan-Africano de Vacinas Veterinárias da União Africana (PANVAC), o fraco apoio dado aos Estados pelo CRSA/CEDEAO na obtenção de vacinas e as dificuldades ligadas à marcação dos pequenos ruminantes vacinados por diversas razões.

Para fazer face a estes desafios, os intercâmbios e a partilha de experiências permitiram aos membros do Comité Veterinário Regional apelar tanto à CEDEAO, através do CRAH, como aos Estados membros para assumirem as suas responsabilidades. A CEDEAO deve, por exemplo, fornecer aos Estados membros um pouco mais de apoio técnico e financeiro na finalização dos planos estratégicos nacionais para a erradicação da PPR, apoiar a disseminação dos textos veterinários da CEDEAO e encomendar um estudo de viabilidade sobre a criação de um banco regional de vacinas e diluentes. Os países devem também intensificar os seus esforços para garantir que as vacinas são certificadas pelo PANVAC, que a qualidade das vacinas é monitorizada desde a sua receção até à pata do animal, que a seromonitorização é efectuada após as campanhas de vacinação, que o pessoal veterinário é recrutado e que os decisores políticos são contactados para mobilizar os recursos necessários à implementação de boas práticas de vacinação.

A vacinação protege os pequenos ruminantes contra certas doenças virais, nomeadamente a peste dos pequenos ruminantes, e outras doenças graves. A vacinação é (i) um investimento global razoável na saúde dos efectivos, (ii) uma proteção comprovadamente eficaz contra a maioria das doenças, (iii) uma imunidade dos efectivos ao longo do tempo e (iv) um substituto dos antibióticos. O controlo e a erradicação da PPR através de abordagens regionais de controlo transfronteiriço das doenças animais tem também um impacto direto na segurança alimentar e nutricional, em especial para as mulheres e outros grupos vulneráveis.

A produção de pequenos ruminantes é uma componente importante do complexo sistema agrícola do qual a economia da CEDEAO é altamente dependente. A produção animal contribui para 44% do PIB agrícola da região, com uma média de mais de 60 milhões de cabeças de gado bovino, 400 milhões de aves de capoeira e 160 milhões de pequenos ruminantes. Em comparação com a África Subsariana no seu conjunto, representa cerca de 33% dos ovinos e 40% dos caprinos. Com vista a proteger e melhorar esta produção, já foram realizadas campanhas de vacinação em massa em 8 países da região, nomeadamente Guiné, Libéria, Serra Leoa, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau e Senegal entre 2018 e 2023, com o apoio técnico da CEDEAO e o apoio financeiro da Cooperação Suíça.

Além disso, desde 2016, o Projeto de Apoio Regional ao Pastoreio no Sahel (PRAPS), financiado pelo Banco Mundial, foi implementado em seis países do Sahel, incluindo 4 países da CEDEAO (Burkina Faso, Mali, Níger, Senegal). Na fase 2, o PRAPS, através da sua componente 1 "Melhoria da saúde animal e controlo dos medicamentos veterinários", incluindo a SC1.2 "Integração regional das políticas, harmonização regulamentar e coordenação dos países em termos de gestão da saúde animal", implementada pelo Centro Regional de Saúde Animal (RAHC), está também a centrar-se na vacinação em massa contra a PPR.

O Comité Veterinário Regional (CVR) foi criado pela Comissão da CEDEAO pelo Regulamento C/Reg.23/11/10. Reúne os directores dos serviços veterinários e os presidentes das associações veterinárias dos Estados membros da CEDEAO. O objetivo do CRV é assistir a Comissão da CEDEAO na elaboração da legislação comunitária e na harmonização da legislação, formulando pareceres e recomendações técnicas.

O CRSA lidera as actividades do Comité Veterinário Regional. Com o apoio dos parceiros, apoia as acções nacionais de luta contra as doenças animais e de desenvolvimento da pecuária. A sua principal missão é contribuir para a luta contra a pobreza e a insegurança alimentar e nutricional através da melhoria contínua da produção animal, tanto a nível nacional como regional.