Realizou-se de 21 a 24 de outubro de 2024, em Abuja (Nigéria), o fórum sobre a agroecologia e agricultura biológica na África Ocidental. Este fórum organizado pela Aliança para a Agroecologia na África Ocidental (3AO) e pela Rede Orgânica da África Ocidental (WAfrONet) em parceria com a CEDEAO e a ActionAid Nigéria, tinha como tema: financiar a transformação de sistemas alimentares e nutricionais sustentáveis para a soberania alimentar na África Ocidental através da agricultura biológica e da agroecologia: que políticas, mecanismos e instrumentos? O fórum, que reuniu cerca de 400 participantes, colocou a tónica sobre a importância da agroecologia e da agricultura biológica como práticas poderosas para melhorar a segurança alimentar e nutricional na África Ocidental.

Enquanto a região se esforça por construir um futuro seguro no que diz respeito à alimentação, a agroecologia e a agricultura biológica oferecem uma solução prática e concreta. Ao adotar práticas agrícolas sustentáveis, a região pode reforçar a biodiversidade, melhorar a saúde dos solos e promover os serviços eco-sistémicos. A agroecologia e a agricultura biológica também permitem que os pequenos agricultores, em especial as mulheres, assumam o controlo dos seus meios de subsistência e de contribuir para o crescimento económico local.
Destacando os progressos já realizados, os desafios a ultrapassar e as soluções possíveis, os debates e o dialogo permitiram abordar questões como: o desenvolvimento de sinergias, as ações e medidas possíveis das instituições regionais para melhorar a mobilização do financiamento, o acesso das redes aos mecanismos de financiamentos, nomeadamente os fundos climáticos, os trabalhos de investigação sobre o financiamento e as iniciativas de investigação-ação. Diversas comunicações introdutórias e painéis temáticos paralelos sobre a utilização e a gestão sustentáveis e inclusivas das terras agrícolas e pastoris, a gestão das zonas florestais e dos recursos haliêuticos, os sistemas de garantia participativos, o papel dos jovens e das mulheres, a produção e a difusão de sementes destinados aos agricultores, a digitalização para apoiar a expansão e os fatores de produção agroecológicos e biológicos contribuíram também para enriquecer os debates. Os painéis temáticos paralelos tiveram igualmente em conta as políticas e estratégias públicas e a participação dos parceiros, etc.
À margem do fórum, a CEDEAO reforçou as capacidades de mais de cinquenta (50) peritos técnicos dos ministérios responsáveis pela agricultura dos quinze (15) Estados-membros, quadros da CEDEAO e representantes das organizações regionais de produtores sobre o acesso aos fundos climáticos. Esta formação foi apoiada por três (03) projetos da CEDEAO que trabalham na resiliência climática, nomeadamente o Programa de agroecologia, o Projeto de reforço das capacidades institucionais da CEDEAO e dos Estados sobre o acesso ao financiamento climático para apoiar a Estratégia climática regional e o Projeto regional para a promoção da agricultura inteligente face ao clima, na África Ocidental.
O referido fórum constituiu uma plataforma única para a partilha de conhecimentos, a criação de redes e de aprendizagem entre os defensores da agroecologia e da agricultura biológica, com vista a aumentar a produção, a intensificar as melhores práticas e a melhorar o acesso aos mercados. Basicamente, as organizações regionais (CEDEAO, CILSS CORAF e UEMOA) e os países foram informados sobre a necessidade de integrar a agroecologia, a agricultura biológica e a agricultura inteligente face ao clima nas políticas nacionais e regionais e a facilitar a mobilização de financiamentos e recursos, o reforço das capacidades, o seguimento - avaliação, a comunicação e a gestão de conhecimentos.